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ago
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Rumo a Mandalgovi

Acordei muito cedo com o barulho dos motores de nossos
equipamentos, saio pra checar e vejo Alessio e Raffaele que já estão voando.
Fazia frio logo cedo e o sol estava emanando seus primeiros raios. Que visual
incrível do nascer do sol em uma atmosfera incontaminada como aquela do deserto
de Gobi. Apesar do frio fico por ali admirando o espetáculo de luzes, cores e
dança do paramotor em voo. O espetáculo é interrompido quando Suchra entra
muito nervoso em nossa Ger para pegar nossas bagagens e Marco que vem atrás com
o seu café da manhã insistindo que ele comesse. Suchra é do tipo parrudão e mal
encarado quando está alegre, imagina nervoso! Ele havia discutido com Mokho e
não queria sentar-se a mesa do café com ele. Marco para descontraí-lo um pouco
riscou um círculo no chão e o chamou para uma luta de sumô… Foi muito
engraçado pois ele corria a cada investida de Suchra. Alessio também o desafiou
de brincadeira e depois foi a vez de Alfredo que correu assim que Suchra abriu
os braços… Quanta risada.

Tínhamos que partir cedo pois teríamos uma longa e cansativa
viagem pela frente, cerca de 400Km em estradas de terra com a velocidade dos
carros variando entre 20Km/h e 80Km/h. Para piorar eu havia decolado o dia
anterior somente de camiseta e acordei com um baita resfriado. Fui todo o
percurso espirrando e com o nariz congestionado… Que tortura! Não se via um
sinal de vida por muito tempo e paramos por volta de 14:00h para o almoço no
meio do nada. Marco tinha preparado a ração e tivemos que comer ali mesmo no
deserto. Alfredo encostado em uma roda do Off-Road e eu na outra… Sombra era
disputada mas a experiência foi demais. Após esse banquete ao ar livre seguimos
novamente o comboio.

Chegamos a Mandalgovi e deveríamos dormir em um hotel desta
vez mas ao vê-lo nos deu vontade de voltarmos as Ger’s que estávamos muito mais
confortáveis… Depois de nos ajeitarmos no quarto descobri que nas
proximidades tinha um local com conexão internet… Era um sonho, no meio do
deserto finalmente teria conexão com o mundo e, principalmente, conseguiria
falar com a minha família! Corri para o local e comecei a trabalhar atualizando
o site da expedição e ajustando algumas imagens, fazendo hora para telefonar a
casa, pois pra mim já eram 18:00h mas no Brasil eram ainda 7:00h da manhã. Por
fim conseguí falar com a minha esposa, ouvi a voz de meu filho que me deu a
notícia que meu carro já estava adesivado com muitas fotos de voo do papai e
minha alegria foi imensa! Ninguém entendeu nada na lan house… Uma porque não
entenderiam mesmo o Português e outra porque eu estava muito eufórico!

Neste meio tempo passei por uma experiência estranha pois
estava neste local quando tudo começou a tremer por cerca de 5 segundos. Achei
muito estranho e olhei para os lados e percebi que todos estavam assustados.
Uma menina até se levantou e foi pra fora da casa. Quando retornei ao hotel contei
ao pessoal o que havia passado e Raffaele e Alessio também sentiram o tremor de
terra. Passamos por um pequeno terremoto o que foi no mínimo curioso e
inusitado.

Hoje não voaríamos neste local e Marco combinou o jantar.
Desta vez não foi Huushuur (Sopa de legumes e carne com os capeletes recheados)
e sim uma mistura de carne, sempre gordurosa, com ovo e legumes. Estava gostosa
a comida, aliás por aqui eles comem de um modo mais próximo do nosso, apesar do
excesso de gordura nas carnes. Retornamos ao hotel e aproveitei a energia
elétrica para descarregar algumas imagens e realizar outros trabalhos que
estavam atrasados e logo depois cama!

1 comentário

  1. Celia disse:

    Aí Alfredo,que folga em ,que belo encosto !!! estava confortável o pneu !!!

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