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ago
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Retorno a Capital Ulaanbatar

Saimos cedo de Mandalgovi pois ainda teríamos mais uma longa
viagem rumo a Capital, sempre por estradas de terra que em alguns pedaços são
transitadas somente com off-road. Durante o percurso vamos conversando bastante
sobre tudo. Eu tinha um pen drive com várias músicas brasileiras e passou um
forró de uma mulher gaga que todos riram muito. Raffaele quer que eu grave pra
ele!

No meio do caminho víamos uma movimentação estranha dos
motoristas que não paravam de falar ao rádio. Não dava pra entender muita coisa
pois eles falam a língua da Mongólia mas o que deu pra perceber é que eles
estavam perdidos em meio ao deserto. Após muitos desvios chegamos a um pequeno
vilarejo onde precisamos abastecer de combustível os carros, mas quando
chegamos ao posto não havia ninguém pra atender. Depois de rodarmos pela cidade
Suchra se informou e bateu em uma casa que disseram ser do frentista. Do não,
da frentista uma vez que aqui na Mongólia as mulheres trabalham em tudo mais
que os homens. Em todos os acampamentos que paramos quem vinha pegar nossas
pesadas malas eram as mulheres. Nos postos quem trabalha de frentista são
mulheres. Garçonetes e mais uma infinidade de trabalhos são feitos pelas
mulheres. Aliás vemos as mulheres mais entrosadas entre elas, em grupos
grandes, enquanto os homens são mais fechados. Carro abastecido e novamente
dentro da rota seguimos viagem.

O comboio parava de tempo em tempo para algumas análises do
solo. Toda parada tinha dois ou três que estavam tipo cão farejador com a cara
pelo chão a procura de sabe Deus o que. Nós, pilotos, aproveitávamos para bater
fotos, gravar vídeos ou simplesmente esticar-se.

Passamos em meio a uma cidade que os ônibus paravam para o
pessoal comer. Praticamente uma rua de terra que cortava algumas edificações
simples, de madeira ou alvenaria mas com aspecto estranho onde algumas meninas
gritavam oferecendo o cardápio. Entramos em um destes locais para comer
Huushuur, a mesma sopa de carne de sempre, que é boa! Aliás estou tomando chá
quente com a comida, o que por aqui é um hábito que creio seja saudável, uma
vez que este calor deve facilitar a digestão e eliminação de gorduras do
organismo.

Continuando viagem o relevo transformou-se em deserto a
estepes com seus longos gramados e algumas grandes colinas emolduravam o
cenário. O vento estava forte mas via que batia sempre de frente a alguma
colina e daria pra brincar bastante de voo livre com aquelas condições. Propus
a Raffaele esta brincadeira mas Marco queria chegar logo a capital para se
organizar e poder fazer um balanço de nossa participação neste importante
aventura.

Finalmente chegamos a capital e já vemos o trânsito muito
louco desta metrópole em crescimento. Não vemos muitas motos mas carro tem
demais. O trânsito é sempre pesado e nunca dá uma trégua. Retornamos ao Guest
House (hotel) que ficamos as outras noites e descarregamos totalmente os
carros. Os equipamentos estavam todos desarrumados, as velas ainda abertas nos
quick packs, os motores cheios de gasolina… Até o último momento tínhamos
esperança de fazer um voo antes de chegarmos a Ulaanbatar.

Estamos exaustos mas mesmo assim vamos jantar e retornamos
ao nosso quarto para descarregarmos algumas imagens… Nosso quarto está muito
estranho, a única coisa boa que ele tinha era a ducha mas recebemos a triste
notícia que água quente só depois do dia 1º de setembro… Encaramos o banho
gelado mas é impossível! Na verdade é um meio banho onde molha um pouco aqui,
grita, molha outro pouco lá e berra…kkk

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