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ago
20

Preparativos para encarar o deserto

Acordo com o Raffaele apressado pois estava preocupado em comprar óleo 2T para os paramotores. Edson e Alfredo também já estão de pé. Raffaele sai primeiro com Mookoo, guia experiente que nos acompanhará pelos desertos, enquanto que nós ainda nos preparamos para sair ao café. Tínhamos essa manhã livre e fomos ao mesmo bar de sempre, o Café Amsterdam, onde podemos tomar um bom cappuccino e uno panino alla italiana com salame e queijo, mordomias que não teremos a partir de amanhã! Caminhamos um pouco mais pelas redondezas quando o Alfredo entrou em uma loja de artigos locais. Lá tinha de tudo um pouco e vimos o artesanato do povo Mongol, na sua maioria em couro de animais, roupas tradicionais dos nômades dos desertos, diversos chapéus de pelo e muitas fotos magníficas dos locais que passaremos a partir de amanhã.

Ulaanbatar é uma cidade cujo povo que aqui vive se difere muito da população nômade e se já é muito diferente tudo o que vimos por aqui, quem dirá o que veremos daqui pra frente? Lugares intocados de uma natureza divina com grandes campos onde a natureza e o homem dividem respeitosamente os espaços…

Encontramos Marco Ciglieri no bar e uma ligação para o raffaele nos deixou muito apreensivos: Ele não conseguia encontrar o óleo correto para os motores, que devem ser 100% sintéticos. Já no Brasil são difíceis de encontrar em algumas cidades imagina na Mongólia. Caso usamos um óleo inadequado os motores podem fundir-se facilmente e dependendo de onde voamos pode ser uma grande encrenca. Depois de muito tempo conseguimos novamente contato com o Raffaele e fomos almoçar. Ele não conseguiu os óleos sintéticos e encontrou somente o mineral. Estou preocupado pois sei muito bem os problemas que pode acarretar o uso deste óleo. Por segurança resolvemos aumentar o percentual da mistura de combustível.

Outra notícia triste é que tem previsão de chuva para os dias que seguem. Mas estamos confiantes pois esta previsão é para Ulaanbatar e nós estaremos longe… De qualquer forma, quando fomos caminhando para o almoço, uma chuva de gotas grossas e muito vento tomara conta da cidade. Engraçado que como estamos em um deserto muita poeira se levanta com o vento, formam redemoinhos de areia (Dust Devil) em meio da cidade e agora entendí porque os mais velhos cobrem o rosto para se protegerem.

Tínhamos muita coisa ainda por fazer e precisávamos organizar os equipamentos mas a chuva estava nos atrapalhando. Em nosso hotel tem umas mesas de bilhar e começamos uma partidinha. O Alfredo e o Edson jogam bem, mas eu e o Benetti conseguimos vencer uma partida!!! Por fim a chuva nos deu uma trégua e pudemos ter nosso primeiro contato com os paramotores, que estavam todos desmontados. Muito trabalho e correria para deixar tudo em ordem para nossa partida amanhã. Os motores são novos e ainda precisam ser amaciados. Quando ligamos os motores para testar, um público de curiosos se achegou e estavam fascinados com nossos “brinquedos voadores”. Não entendiam como aquele monte de ferro podia voar. Acondicionamos todos os paramotores no off-road e retornamos ao hotel.

A preparação continuou até tarde, pois devíamos ainda deixar organizadas as mochilas que levaremos. Marco nos disse para reduzirmos ao máximo o volume, mas olhamos a previsão do tempo que nos disse que a partir de terça as temperaturas cairão abruptamente, com máxima de 7º C. Só pra entendermos, nesses dois dias por aqui estava fazendo 28-30ºC. Não entendemos essa variação mas espero que seja algo suportável pois não trouxe tanta roupa apropriada. Amanhã teremos que providenciar jaquetas contra chuva e vento. Entre uma arrumação e outra eu e o Benetti trocamos muitas informações de voo. Ele tem um programa fantástico que mostra a aerodinâmica de qualquer perfil que permite analisar sua resistência e planeio de acordo com os ângulos e o formato que você o desenha. Falamos também muito sobre velas reflex e técnicas de competição. Ganhei boas dicas e veremos.

Já são 1:00h da manhã e tenho que tentar dormir. Talvez este seja o último post antes que retornamos à capital pois sabíamos desde o início que nos desertos não tem serviço de internet, sinal de celular ou outras modernidades que nos conectam ao mundo.

 

 

2 comentários

  1. Vania Duarte Aita disse:

    lindoooo vc fica lindooo com esse motor nas costas rsrs te amo bjs

  2. Leandro Saadi disse:

    Papaaaaiii cuidado com o paramotorssauro e tire fotos dos ossos do ofício kkkkk

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