Chegada em Ulaanbatar

Nos despedimos de Pequim com um grande passeio de carro por essa metrópole imensa. Na verdade o Alfredo sugeriu que, se fosse caminho, passássemos pelo Estádio Olímpico, o Ninho da Águia, para tirarmos algumas fotos. Devíamos chegar as 12:00h no aeroporto e saímos a 11:00h do hotel e como o trânsito estava muito pesado abortamos a idéia de passarmos no Estádio e fomos direto ao aeroporto. Não sabíamos o terminal que deveríamos pegar o avião e desembarcamos no T2 mas nosso voo saia do T3. Tivemos que pegar um ônibus com todas as malas, pois o T3 era bem longe de onde estávamos. Foi desconfortável mas por fim, apesar de ainda enfrentarmos mais dificuldades de comunicação para sabermos o guichê correto do check in, deu tudo certo e embarcamos no horário.

No avião, o Edson com suas “Kolumbices” queria tomar o meu acento na janelinha… hehe. No check in eu nem escolhi este lugar mas a atendente me colocou na janelinha e o Edson entrou primeiro, guardou sua mala e foi sentando lá. Quando eu vi o número falei pra ele sair e ele ficou todo zangadão que eu não arredei o pé…kkk. Parece criança!

Já do avião podíamos ver a grande diferença entre a China e a Mongólia. A China com suas montanhas imponentes e verdejantes, florestas densas e grandes plantações, e apesar da grande população chinesa, se podia ver a abundância de terras ainda inabitadas… Já a Mongólia com desertos gigantescos de uma coloração bege característica de areia, alguns laguinhos de vez em quando e uns pontinhos que pareciam grupos de animais. Grandes escavações em diversos pontos já indicavam a procura por minerais entre outras riquezas.

Quando avistamos Ulaanbatar fiquei impressionado com a diferença desta cidade em relação a todas as outras que já passei. As casas com telhados coloridos, alguns prédios no centro, algumas tendas em terrenos delimitados por muros, tudo isso em uma planície desértica com algumas montanhas secas ao fundo. Aliás. A profundidade de campo que se tem por aqui é algo fantástico. Um paraíso para fotógrafos!

Fomos recepcionados pelo piloto italiano Raffaele Benetti e o paleontólogo Marco Ciglieri. Fazia já um ano que eu não via esta figura e um grande amigo, o Raffaele. Foi muito bacana reencontrá-lo e poder conhecer melhor nosso amigo cientista. Ajeitamos as bagagens dentro do off-road e nos
dirigimos ao “hotel”. Notamos o seu carro com a direção na esquerda mas as regras de trânsito são as mesmas que a nossa. Metade dos carros tem a direção de um lado e a outra metade do outro por conta de exportarem muito do Japão e de outras localidades. Na verdade aqui o trânsito é uma bagunça. Ninguém respeita nada e pegamos um rush violento. Mais de 1:30h para fazer cerca de 15Km! A maioria da população da Mongólia mora em Ulaanbatar e como está crescendo devido a descoberta das riquezas no solo o trânsito fica insuportável nos momentos de pico.

Chegamos ao hotel e vimos quanta aventura ainda nos espera! Muito simples, tipo pensão familiar. O rolo começou quando deram nosso quarto a  outros hóspedes e tivemos que esperar muito tempo para que a situação se normalizasse. O clima chegou a ficar tenso, o rapaz que tinha reservado pra nós veio tirar satisfação e o vi muito irritado gritando e se impondo, o funcionário era grande e carrancudo, falava alto e pensei que devíamos correr dali. No fim entendemos que era o jeito certo de lidar com a situação e no final deu tudo certo. Saímos para jantar e a conta pra 4 pessoas deu algo em torno de 10 Euros ou R$ 27,00. A comida não era boa, muito sem sal, eu comi hambúrguer com ovo frito por cima, arroz branco e umas rodelas de pepino e tomate… O rango parece mais com o nosso do que na China!

Voltamos ao hotel e nos preparamos para dormir. Naquela altura do campeonato, o hotel que parecia muito xumbrega valia como um 5 estrelas  pois o nosso cansaço era tremendo. No final, o banho era muito gostoso com uma forte ducha na temperatura certa. Em pouco tempo estávamos todos dormindo.