Acordamos com o céu encoberto, uma brisa suave e corremos
para prepararmos os paramotores. Decolamos eu, Raffaele, Edson e Alessio. O
visual era lunar. O local mais exótico que já voei em minha vida. Muitas dunas
de cascalho altas formavam muitos relevos em diversas camadas. Um vale lindo e
um rio delicadamente desenhado. Que lugar esplêndido. Nos concentramos em
captar algumas imagens. Após o voo arrumamos tudo e seguimos viagem com um
certo pesar… O lugar era tão bonito que poderíamos ficar todo o resto da
expedição ali mesmo!
No meio do caminho. Em meio do deserto, Marco queria ter um
mapeamento do relevo e paramos para decolarmos e captarmos algumas imagens. O
vento já estava muito forte e voamos somente eu e Raffaele. Um voo turbulento,
pousamos e foi o tempo de guardarmos tudo e o vento dobrar sua velocidade.
Imagino o que seria se estivéssemos voando naquele horário…
Durante a viagem pudemos apreciar a visão de uma miragem do
deserto. O sol forte criava a impressão de um grande lago ao fundo, tinha
alguns camelos pastando em um gramado verdinho. Um Oásis no deserto que
realmente não existia, mas todos vimos!
O sol saiu de vez e o azul do céu está lindo com diferentes
tonalidades. Muitos cúmulos perfeitos que parecem algodões e um forte calor
depois de algum tempo de temperaturas frias demais e ventos fortíssimos. Que
Contraste!
Conforme o solo muda os carros da expedição param para
análises do solo e registro dos locais que passamos. Nos embrenhamos no Gobi e
o terreno lentamente muda de cascalho para uma terra vermelha. Muita poeira na
estrada e não vemos ninguém a horas e até onde minha vista alcança não vejo o
fim da estrada. O clima está seco, as nuvens sumiram e nem o ar condicionado do
carro vence o calor. O visual é espetacular…
Eram já 14:00h quando avistamos muito longe uma pequena
cidade no meio do deserto onde aproveitamos para almoçar em um bar local. O
menu era uma espécie de sopa de legumes com carne e aqueles capeletes
recheados. Bem gorduroso mas gostoso.
De volta a estrada, já havíamos nos afastado bastante da
cidade quando Raffaele ouve um barulho estranho no carro. Como não podia deixar
de ser o carro que estávamos quebrou, um parafuso solto na suspensão fez com
que perdêssemos muito tempo. A maioria da equipe aproveitou o momento para
“descomer”, ali mesmo no deserto. E não adianta caminhar muito pois é tudo tão
plano… Após mais de 1 hora, que prejudicaria nossa missão de voo do dia,
partimos.
Do nada paramos a caravana e Marco saca fora uns potes e
bolachas. Era uma parada para tomarmos literalmente o chá das cinco. Água
quente, saquinhos de chá, bolachas com Nutela e fizemos o lanchinho no meio do
deserto. Veio bem a calhar!
Aparece uma cadeia de montanhas ao nosso lado e de repente
já estamos passando por ela. Tínhamos que atravessá-la para chegarmos ao nosso
destino. Rapidamente o visual muda de novo e vemos grandes dunas de areia
branca ao fundo e na planície duas corsas que correm livremente nos dão a
impressão de um safári na África.
Estava tudo muito perfeito para decolagem e o visual era
inacreditável. Corremos muito para prepararmos os equipamentos e em poucos
minutos eu e Raffaele já estávamos no ar. Não deu nem pra curtir tanta beleza
pois estávamos concentrados nas filmagens aéreas, mas voamos em cima das dunas,
brincamos em um rio que corria paralelo e ao fundo lindas montanhas rochosas…
Ali a altitude era de cerca 1600m e tivemos uma certa dificuldade para decolar
e pousar pois nossas asas estavam muito veloz.
Alfredo preferiu não arriscar o voo pois estava muito
difícil a decolagem sem vento e fez bem. Estamos no ponto mais longínquo da
capital a cerca de 1200Km de um hospital e um simples ferimento pode estragar
toda a aventura.
A notícia ruim era que no acampamento não teríamos
disponibilidade de energia elétrica para carregar nossos eletrônicos e isso
pode ser um grande problema. A preocupação é geral pois amanhã deveremos estar
com tudo certo para o voo mais importante da expedição, onde registraremos e
mapearemos Flaming Cliff, o local onde foram descobertos os mais importantes
fósseis de dinossauros da Mongólia. Depois do jantar tínhamos que descarregar
as imagens aproveitando um pouco de carga que ainda restava nas baterias dos
equipamentos. Caio exausto na cama e durmo feito pedra, afinal o dia foi
corrido e realizamos 3 importantes vôos…
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5 comentários
MARCIO AITA disse:
27 de agosto de 2011 em 07:46 (UTC -3)
Foi ótimo hoje acordar e ver suas postagens.Estavamos ansiosos por noticias.
Fico contente por saber que todos estão bem.
Aproveitem a viagem, pois ela é unica!!!!
Um beijo meu filho.!!!!
Para todos forte abraço e que tudo continue correndo bem,com resultados proveitosos>
Marcio Aita
Jair Michelutti disse:
27 de agosto de 2011 em 11:05 (UTC -3)
FALA MARCIÃO!!! tava ansioso também pra ver as notícias meu amigo!!
Tava todo mundo ansioso!!!
forte abraço meu amigo!! estamos no seu aguardo!
Celia e Juju disse:
27 de agosto de 2011 em 19:22 (UTC -3)
Oi Alfredo !!! gostamos mto de receber notícias de vcs e saber que estão tds bem !!! estamos curiosas de saber se vc se aventurou a voar ! bj estamos com saudades !!!!
Filhas do Kolumbus disse:
29 de agosto de 2011 em 10:03 (UTC -3)
Ola Turminha, esse dia 25 parece que foi bem longo e cheio de aventuras pelo que parece, estavamos vendo aqui que esse dia deve ter rendido ótimas imagens =)!!
estamos aqui esperando os próximos post ansiosas!
beijos
Um especial para no Pai lindo Kolumbus!
e Boa sorte com TUDO por ai!
Marinez disse:
29 de agosto de 2011 em 10:53 (UTC -3)
ola a todos , que aventura maravilhosa, voces merecem tudo isso, pois a força de vontade que voces tem é incrivel .
estou asiosa pela volta, devem ter muita coisa para contar
saudades,do meu amor kolumbus