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ago
23

Kharkhorin

Acordamos as 7:30h, meio tarde para o voo, logo após o café
da manhã corremos para montar os equipamentos de voo. O local era convidativo
com um enorme gramado bem ao lado do acampamento com um leve desnível, perfeito
para decolagens de paramotor. O Edson decolou com uma ancoragem baixa
desenvolvida pelo Raffaele e gostou. Alfredo teve alguma dificuldade pois
estava com um paramotor desconhecido e um velame que não havia nunca voado e
após algumas tentativas voou bonito.

Chegou a minha hora de voar e o local era belíssimo com um
vale que nos fazia de pano de fundo neste gramado que era o sonho de qualquer
voador de paramotor. Fiz algumas evoluções e o voo começou a ficar turbulento.
Estávamos eu e Raffaele no ar, pousamos ao lado de nossas Ger’s e desmontamos
tudo para seguir a programação.

Marco nos levou para conhecer o centro desta pequena cidade
e no alto da colina um monumento. Lá chegando, o que mais chamou nossa atenção
era o vento batendo de frente e um desnível de cerca 150m. Ninguém entendeu
nada quando tiramos os velames do carro e duas seletes de passageiros e eu e o
Raffaele começamos a brincar de inflagens. De vez em quando dava pra bater um
lift tranqüilo, mas confesso que anos sem voar na montanha e estando em um
local que as condições viram de repente, fiquei ressabiado de deixar o velame
ganhar altura. Brincamos por ali mesmo.

O visual deste local era incrível. Marco nos contou que ali
foi rodado um filme e não era pra menos. Um verde vale com altas montanhas e um
rio enorme que o cortava. Pecado que de manhã não decolamos mais cedo e fomos
em voo até ali. Seria um voo espetacular!

Não tínhamos muito tempo pois o resto da equipe queria ver
um importante mosteiro da cidade e então fomos almoçar em um restaurante típico
local. Comemos uma espécie de capeletão recheado com carne de carneiro e pastel
de carne, tipo o do Brasil mesmo mas sem ar. Tudo extremamente gorduroso pois
eles precisam tirar energia da gordura para enfrentar os longos invernos.

Caminhamos sentido o mosteiro e no meio do caminho Marco
entra em uma portinha que pensávamos fosse um banheiro, Entramos também e do
nada um mercado muito grande que vendia todo tipo de coisa se abre diante de
nós. Uma cena estranha pois não esperávamos. Caminhando  vemos um pátio grande com muitas pessoas
circulando, mesas de bilhar, crianças correndo, moto chegando com um porco…
Tudo estranho e curioso.

O tempo começa a virar e uma chuva começa a se formar,
resolvemos então correr ao Erdene Zuu, o tal mosteiro. O que impressionou foi
que logo na chegada tinha um monte de águias onde você com cerca de R$ 2,00
podia pegá-la no braço e tirar fotos. Claro que não resisti, vesti o luvão de
couro e a águia subiu em meu braço. A ave é muito pesada! E de fato eles falam
por aqui que você está se formando um homem quando consegue carregar a águia em
seu braço enquanto cavalga e está ficando velho quando não consegue mais.

Entramos no mosteiro e vemos muita beleza na sua
arquitetura. Eu me disperso do pessoal para registrar o momento com fotos e
filmagens enquanto a maioria faz um tour acompanhado por uma guia que conta a
história do local. Começa a chuva forte e graças ao Marco que nos aconselhou
adquirir uma capa de chuva eu estou preparado.

Pegamos estrada e seguimos rumo ao nosso próximo destino e
víamos a imensidão de terras verdes em forma de longas colinas. O asfalto
acabou e nos disseram que agora só daqui a 5 dias o veremos novamente, muito
animador. Estamos agora nos aproximando de mais 1 dos belíssimos vales da
região e ao fundo vemos uma pequena aldeia em meio a uma colina e no alto a
presença de alguns pinheiros. É curioso pois não se vê muitas árvores por aqui.
Casas com telhados coloridos contratam ainda mais o tapete verde das estepes.

O vento está muito forte e chove bastante. A temperatura cai
drasticamente e talvez enfrentaremos problemas pois não estamos tão preparados
a baixas temperaturas. Este cenário torna o voo impossível! O jeito é
ajeitar-se no Ger Camp e sair pra janta. No meio deste acampamento tem uma Ger
restaurante com cerca de 150m2 e um bar ao centro. Mesas ao redor e enquanto
esperamos a comida passo as fotos de minha família pelo celular. Meu Deus, como
aperta a saudade!!!

Retornamos a nossa Ger e ela possui um aquecedor central a
lenha. Acenderam pra gente e deram-nos instruções de como operar, o que
obviamente não entendemos uma palavra. O Kolumbus, que não pode ver uma
novidade, começou a tacar lenha, papel e abanar o troço e quando vimos nossa
Ger estava cheia de fumaça e com um calor insuportável. Rapidamente chegaram
alguns locais que ficaram assustados pensando que a Ger estava pegando fogo,
falaram meio irritados e a única coisa que entendi é que não devemos colocar
mais lenha na fogueira…

1 comentário

  1. Fábio Melo disse:

    Olá cmte Soneca!

    Olha, sei que mal começou a expedição e que muita emoção ainda vai rolar e se eu estava a procura de algo bom pra ler, o diário de bordo virou meu “livrinho” de cabeceira!kkk. No final, espero que a experiência adquirida por todos, os tornem pessoas mais conscientes em todos os sentidos.
    Um grande abraço e sucesso pra toda a equipe!

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